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Medo,
insônia, pessimismo, baixa autoestima, preocupação excessiva, ansiedade e impaciência. Estes
são alguns dos sintomas típicos enfrentados por pessoas que sofrem um assalto. Sem
conseguir apagar o episódio da memória, as vítimas acabam adoecendo e são
acometidas pelo chamado transtorno
de estresse pós-traumático, que afeta a vida social, familiar e
profissional dos indivíduos. Alguns funcionários das agências dos Correios de Alto
Araguaia e Alto Taquari passam por esta condição atualmente, após sucessivos
episódios de roubo às respectivas agências.
(Imagem ilustrativa). |
Só em
2015, a agência dos Correios de Alto Taquari foi assaltada três vezes. Em Alto
Araguaia, aconteceram dois roubos e duas tentativas de assalto, somente este ano. Os ladrões procuram
dinheiro, já que desde o ano passado os Correios funcionam como correspondentes
do Banco do Brasil.
“Fui
mantido como refém em dois assaltos, em um deles por uma hora e quarenta
minutos. Colocaram a arma na minha cabeça e ameaçavam a gente de morte, dizendo:
‘entrega o dinheiro logo ou vai começar morrer gente aqui’. Ficavam
engatilhando e desengatilhando o revólver, para intimidar. No outro (assalto) nos
colocaram no banheiro e me obrigaram a amarrar outros quatro clientes e um
funcionário da agência”, conta um servidor dos Correios de Alto Taquari - que
não será identificado por razão de segurança – ao falar sobre os momentos de
tensão vividos durante dois assaltos à agência daquele município.
Atualmente,
ele apresenta o transtorno de estresse pós-traumático e necessita de
acompanhamento psicológico. Segunda conta, o medo de um novo assalto tem
prejudicado sua vida social, profissional, estudantil e familiar. O funcionário
diz que já perdeu peso e não consegue relaxar, por conta da preocupação
contínua.
A DIFERENÇA ENTRE SANTA RITA E
ALTO ARAGUAIA
O Sindicato
dos Trabalhadores na Empresa de Correios, Telégrafos e Serviços Postais de Mato
Grosso (Sintect-MT) luta para que os sindicalizados contem com mais proteção
nas agências do estado. Inclusive, o órgão deflagrou greve no mês passado,
tendo como uma das pautas de reinvindicação a questão da segurança. As agências
de Alto Araguaia e Alto Taquari não aderiram à paralisação, mas apoiaram o
movimento grevista.
Embora sejam
separadas apenas por cerca de um quilômetro, as agências dos Correios de Santa
Rita do Araguaia e de Alto Araguaia apresentam diferenças substanciais quando o
assunto é segurança. No lado goiano, foi instalada uma porta giratória com
detector de metal há dois anos, o que impede a entrada de marginais em posse de
arma de fogo. Além disso, desde 2012 a agência de Santa Rita conta com a
presença de um vigilante armado.
Já em
Alto Araguaia não há porta giratória. Somente há cerca de seis meses a agência
contratou uma empresa de segurança, que disponibiliza um vigilante durante o
expediente. Em Alto Taquari a situação ainda é pior, pois não há nem segurança
e muito menos porta giratória.
O
Sindicato que representa os funcionários dos Correios em Goiás conseguiu na Justiça
obrigar todas as agências goianas - incluindo dos pequenos municípios - a instalarem portas giratórias. É o que tenta o
sindicato da categoria em Mato Grosso.
Em
entrevista ao G1, o coordenador do departamento jurídico do Sintect-MT,
Alexandre Bispo de Aragão, foi categórico. “Das 157 agências no estado, apenas
12 têm seguranças armados e porta giratória com detector de metal”.
No
primeiro semestre deste ano, mais de 50 assaltos e furtos foram praticados nas
agências do Correios em Mato Grosso. Eles estão sendo investigados pela Polícia
Federal do estado. Segundo a assessoria da PF, são 51 inquéritos abertos até o
final de junho para apurar os crimes, ocorridos em 35 cidades mato-grossenses.
Fonte: Trabalho em Pauta, com informações do G1/MT.
Texto: Ademilson Lopes.
Data: 02/10/2015.
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