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Voluntárias
ou não, demissões podem ser um trauma - principalmente
se o desligamento é seguido de um longo período de afastamento do mercado de trabalho.
Segundo Felippe Virardi, gerente da Talenses, é
importante que o profissional evite o isolamento nessa fase. “Reativar o networking é
fundamental, tanto para não perder contato com a profissão quanto para
facilitar a sua recolocação”, afirma.
A busca por um novo emprego não pode, contudo, ser
motivo para desespero. De acordo com Eduardo Saigh, diretor da empresa de
treinamento LPH Solution, existe um risco muito grande em ter pressa para ser
contratado novamente. “Qualquer decisão com uma carga mínima de estresse pode
ser falha”, explica.
Controlar a ansiedade é importante para não fazer
opções de carreira equivocadas. “É ruim para a experiência e para o currículo
que o profissional aceite qualquer vaga”, alerta Saigh.
Por isso, a busca por uma nova vaga não deve começar
imediatamente após a demissão. “O profissional precisa de alguns dias, no
mínimo, para refletir sobre os motivos do desligamento, e corrigir a sua
'rota', se necessário”, explica Saigh.
O intervalo entre empregos também pode servir para
resolver assuntos pessoais e fazer cursos para se reciclar profissionalmente.
“Você pode até descobrir novas áreas, em que nunca havia pensado atuar”,
comenta Virardi.
Longe do sofá
Mas, se a pressa é perigosa, também é bom evitar que a pausa seja longa demais. Uma pesquisa recente da Gallup mostrou uma relação direta entre o tempo de afastamento do mercado de trabalho e a incidência de depressão na população norte-americana.
“Ficar muito tempo sem qualquer atividade gera
isolamento e atraso em relação ao mercado”, afirma Virardi. Quanto mais longo o
afastamento da prática e dos colegas de profissão, mais distante se torna o
objetivo de se recolocar.
Além da preocupação com a duração do intervalo entre
empregos, Saigh recomenda que o tempo seja preenchido estrategicamente. “Não dá
para passar a tarde no sofá, vendo TV”, diz ele. "Você precisa ocupar os
seus dias, perseguindo contatos e conhecimentos que impulsionem os seus
planos”.
O otimismo é um forte aliado nessa busca - mas não pode
dar lugar a falsas esperanças. “Acreditar que tudo vai dar certo só funciona se
você trabalhar para isso”, diz Saigh.
Fonte: Claudia Gasparini, de EXAME.com
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