Últimas

18.11.14

Festa de fim de ano pode ser usada como uma estratégia profissional

Os últimos meses do ano são esperados pelo 13º salário, avaliações e, em muitas empresas, pela festa de fim de ano. Associar o convite a um ambiente onde bebida e comida são liberadas muitas vezes abre margem para excessos dos funcionários. O quadro "Sua Chance" mostra que o momento pode não ser só uma simples confraternização, mas sim pode ser usado como ferramenta de avaliação pelos chefes.

 "A festa não é feita com o intuito de uma avaliação, mas tudo o que acontecer pode ser lembrado e até acabar em demissão", conta o consultor de gestão e marketing de Campinas (SP) Yuri Trafane.

A festa da empresa faz parte do ambiente de trabalho e, entre as vantagens para o funcionário, pode ser uma ponte para quem deseja um novo posto em outra área da empresa. "Ele pode aproveitar para fazer contatos com outras áreas, conversar, se mostrar. Não precisa deixar a intenção clara, mas só de fazer contatos já ajuda", explica Trafane.

Funcionários de empresa de Campinas comemoram em festa (Foto: Jo Scarparo / Solo Propaganda)
 Festa longe do ambiente de trabalho

Escolher um local fora do ambiente rotineiro de trabalho pode permitir mais liberdade para os colaboradores. Há cinco anos, uma empresa de propaganda de Campinas organiza uma viagem de fim de ano para os 40 funcionários. Além da confraternização, fazem também palestras para apresentar os resultados obtidos. Neste ano, o local escolhido foi um clube em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro (RJ). Para o diretor geral Rogério de Souza, o funcionário pode até agir como quiser, mas os diretores ficam de olho.

"O local tinha várias atividades, como passeio de lancha, muitos locais que poderiam ser usados pelos funcionários, por quem quisesse fazer coisas erradas, mas não tivemos casos", conta Souza.

Apesar do bom comportamento verificado nesta edição da festa, o diretor ressalta que não é possível ignorar os excessos. "Se uma pessoa bebe demais e causa algum problema, temos que chamar para conversar e tomar uma decisão", explica.
Excessos e problemas

Pensar no exagero no consumo de bebidas alcóolicas pode ser o "excesso" mais comum, mas há outros casos em que o funcionário pode ficar causar má impressão. Um exemplo é encontrar com o chefe e puxar um papo sem propósito só para "segurar" o líder. "Tem gente que acha que ficar com o chefe meia hora conversando faz parecer uma coisa boa diante dos demais, como se tivesse vantagem com o chefe, mas a conversa deve ser breve, cordial", afirma o consultor.

Consultor Yuri Trafane afirma que excessos
podem levar à demissão (Foto: Reprodução EPTV)
Outro problema, que pode ou não ter a ver com o consumo exagerado de álcool, é o fato de funcionários acharem que a festa é uma balada. "Não é local pra isso, é um ambiente de trabalho também. Pode gerar brigas e situações de assédio, moral e sexual, que terminam em demissão", alerta Trafane.

Levar gente demais também não é recomendado. O convite do funcionário, normalmente, pode ser estendido ao cônjuge e filhos. "No máximo se a sogra ou mãe morar com você, pode levar. Mais do que isso causa má impressão", conta. O cuidado também deve ser observado na hora de montar o prato, nada de querer "matar a fome do mundo" num único dia.

Primeira vez na festa

Na empresa de propaganda de Campinas, a comemoração em grande estilo preocupou Letícia Canova, contratada há sete meses. A atendente de novos negócios se preocupou em saber como seria passar três dias com os colegas longe da companhia.

"Fiquei um pouco ansiosa. Procurei saber o que teria na festa, como as pessoas se comportavam. Sabia que ia ter bebida, mas tenho consciência que é o meu trabalho, não cabe exagerar", conta.

Letícia com amigos não deixaram de ir na festa da
empresa (Foto: Letícia Canova / Solo Propaganda)
Mesmo que o funcionário não esteja muito à vontade com o convite, o consultor orienta que é importante comparecer à festa. Aquele que pensa em não ir, seja por falta de vontade ou de clima, deve repensar a decisão. "Não ir pode passar a mensagem que a pessoa não se importa com a empresa, está insatisfeita. Nesse caso vale avaliar se trabalhar neste local é onde você realmente gostaria de estar", alerta Trafane.

Amigo secreto


Empresas que organizam amigo secreto podem aproveitar o evento para fazer a troca de presentes, mas cabe ressaltar a importância de evitar um excesso nesse momento também. Se o funcionário sorteou o nome do chefe, não deve se preocupar em dar um presente de maior valor. Se foi estabelecido gastar R$ 50, por exemplo, a regra vale para todos. "Pode ficar deselegante com o chefe e com os colegas", afirma Trafane.

Fonte: Patrícia Teixeira, do G1.
« Anterior
Próxima »

Nenhum comentário

Postar um comentário

Seja bem vindo ao blog do Acessuas Trabalho.