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Os últimos meses do ano são esperados pelo 13º salário, avaliações e, em
muitas empresas, pela festa de fim de ano. Associar o convite a um ambiente
onde bebida e comida são liberadas muitas vezes abre margem para excessos dos
funcionários. O quadro "Sua Chance" mostra que o momento pode não ser
só uma simples confraternização, mas sim pode ser usado como ferramenta de
avaliação pelos chefes.
"A festa não é feita com o
intuito de uma avaliação, mas tudo o que acontecer pode ser lembrado e até
acabar em demissão", conta o consultor de gestão e marketing de Campinas
(SP) Yuri Trafane.
A festa da empresa faz parte do ambiente de trabalho e, entre as
vantagens para o funcionário, pode ser uma ponte para quem deseja um novo posto
em outra área da empresa. "Ele pode aproveitar para fazer contatos com
outras áreas, conversar, se mostrar. Não precisa deixar a intenção clara, mas
só de fazer contatos já ajuda", explica Trafane.
Funcionários de empresa de Campinas comemoram em festa (Foto: Jo Scarparo / Solo Propaganda) |
Festa longe do
ambiente de trabalho
Escolher um local fora do ambiente rotineiro de trabalho pode permitir
mais liberdade para os colaboradores. Há cinco anos, uma empresa de propaganda
de Campinas organiza uma viagem de fim de ano para os 40 funcionários. Além da
confraternização, fazem também palestras para apresentar os resultados obtidos.
Neste ano, o local escolhido foi um clube em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro
(RJ). Para o diretor geral Rogério de Souza, o funcionário pode até agir como
quiser, mas os diretores ficam de olho.
"O
local tinha várias atividades, como passeio de lancha, muitos locais que
poderiam ser usados pelos funcionários, por quem quisesse fazer coisas erradas,
mas não tivemos casos", conta Souza.
Apesar
do bom comportamento verificado nesta edição da festa, o diretor ressalta que
não é possível ignorar os excessos. "Se uma pessoa bebe demais e causa
algum problema, temos que chamar para conversar e tomar uma decisão",
explica.
Excessos
e problemas
Pensar
no exagero no consumo de bebidas alcóolicas pode ser o "excesso" mais
comum, mas há outros casos em que o funcionário pode ficar causar má impressão.
Um exemplo é encontrar com o chefe e puxar um papo sem propósito só para
"segurar" o líder. "Tem gente que acha que ficar com o chefe
meia hora conversando faz parecer uma coisa boa diante dos demais, como se
tivesse vantagem com o chefe, mas a conversa deve ser breve, cordial",
afirma o consultor.
Consultor Yuri Trafane afirma que excessos podem levar à demissão (Foto: Reprodução EPTV) |
Outro
problema, que pode ou não ter a ver com o consumo exagerado de álcool, é o fato
de funcionários acharem que a festa é uma balada. "Não é local pra isso, é
um ambiente de trabalho também. Pode gerar brigas e situações de assédio, moral
e sexual, que terminam em demissão", alerta Trafane.
Levar
gente demais também não é recomendado. O convite do funcionário, normalmente,
pode ser estendido ao cônjuge e filhos. "No máximo se a sogra ou mãe morar
com você, pode levar. Mais do que isso causa má impressão", conta. O
cuidado também deve ser observado na hora de montar o prato, nada de querer
"matar a fome do mundo" num único dia.
Primeira vez na
festa
Na
empresa de propaganda de Campinas, a comemoração em grande estilo preocupou
Letícia Canova, contratada há sete meses. A atendente de novos negócios se
preocupou em saber como seria passar três dias com os colegas longe da
companhia.
"Fiquei
um pouco ansiosa. Procurei saber o que teria na festa, como as pessoas se
comportavam. Sabia que ia ter bebida, mas tenho consciência que é o meu
trabalho, não cabe exagerar", conta.
Letícia com amigos não deixaram de ir na festa da empresa (Foto: Letícia Canova / Solo Propaganda) |
Mesmo
que o funcionário não esteja muito à vontade com o convite, o consultor orienta
que é importante comparecer à festa. Aquele que pensa em não ir, seja por falta
de vontade ou de clima, deve repensar a decisão. "Não ir pode passar a
mensagem que a pessoa não se importa com a empresa, está insatisfeita. Nesse
caso vale avaliar se trabalhar neste local é onde você realmente gostaria de
estar", alerta Trafane.
Amigo secreto
Empresas
que organizam amigo secreto podem aproveitar o evento para fazer a troca de
presentes, mas cabe ressaltar a importância de evitar um excesso nesse momento
também. Se o funcionário sorteou o nome do chefe, não deve se preocupar em dar
um presente de maior valor. Se foi estabelecido gastar R$ 50, por exemplo, a
regra vale para todos. "Pode ficar deselegante com o chefe e com os
colegas", afirma Trafane.
Fonte: Patrícia Teixeira, do G1.
Fonte: Patrícia Teixeira, do G1.
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