Últimas

24.7.15

Schain entra em recuperação judicial e trabalhadores vão ter mais dificuldades para receber

Envolvido na investigação da Lava Jato, o Grupo Schahin decidiu pediu recuperação judicial para 28 empresas do conglomerado, no mês de abril desse ano. Entre elas, está a Schahin Engenharia S.A., que manteve unidade em Alto Araguaia até o começo de 2015. Além disso, a corporação vai abandonar suas atividades no campo da engenharia e construção para se concentrar na área de petróleo e gás. O processo da recuperação judicial envolve dívidas (inclusive trabalhistas) que alcançam R$ 6,5 bilhões.
(Foto: Divulgação/CMMR)
Trabalhadores de Alto Araguaia e Santa Rita que moveram ações trabalhistas contra a Schain devem ficar atentos, pois correm o risco de não receberem as dívidas. Para compreender a questão, é preciso entender três casos.

Primeiro: Quem já ajuizou um processo trabalhista contra a empresa e saiu vitorioso, mas não recebeu a quantia fixada em sentença, deve procurar seu advogado. É necessário mover uma nova ação na 2ª vara de falências e recuperação judicial de São Paulo-SP, onde corre todo o processo de recuperação. O advogado fará a chamada “habilitação de créditos trabalhistas”. Em resumo, significa que a execução da dívida é feita pela Justiça Cível da capital paulista e não pela Justiça do Trabalho em Alto Araguaia. Mas não se preocupe, pois não será preciso se deslocar, já que o advogado pode fazer tudo online.

Segundo: Aqueles que possuem processo trabalhista tramitando, mesmo que seja na fase de recursos, só precisam aguardar a decisão final. Somente após o pronunciamento da Justiça do Trabalho é que eles poderão habilitar o crédito em São Paulo.

Terceiro: Já as pessoas que ainda pretendem ajuizar uma ação trabalhista contra a Schain devem ingressar com o processo primeiro na Justiça do Trabalho, para posteriormente executarem a empresa na 2ª vara de falências e recuperação judicial de São Paulo-SP.

A Schahin Engenharia, que faz parte do grupo, está entre as empresas citadas como participantes de cartel de companhias acusadas de corrupção, segundo as investigações da operação Lava Jato. A Schahin tem origem que remonta à década de 1960 no setor de construção, ampliando o foco para energia em 1986 e telecomunicações em 1991, segundo a Reuters.

No último dia 6, a empresa interrompeu a operação de cinco unidades de perfuração que alugava para a Petrobras.

"A situação vivida decorre principalmente do fechamento dos mercados de crédito nacional e internacional, o que impossibilita o financiamento das atividades das empresas", informa em nota a corporação.

"Nos últimos meses, todos os esforços possíveis para evitar a recuperação judicial foram feitos — da tentativa de lançar títulos no mercado de capitais e da renegociação de passivos existentes, até o repasse de contratos de obras — infelizmente, sem sucesso", diz a nota.

O Grupo Schahin afirma ainda que lamenta as demissões envolvidas na reestruturação do negócio, "mas confia solidamente na recuperação da sua capacidade empresarial no prazo mais breve possível". A empresa não informou o número de funcionários que serão demitidos.

A recuperação judicial possibilita que a empresa se reorganize em relação a suas dívidas e se recupere da crise financeira, preservando suas atividades e empregos, além de gerar a expectativa de saldar débitos com credores, evitando a falência.

Fonte: Trabalho em Pauta.
Texto: Ademilson Lopes, com G1.
Data: 24/07/2015.
« Anterior
Próxima »

Nenhum comentário

Postar um comentário

Seja bem vindo ao blog do Acessuas Trabalho.