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Dafne
gosta de ir ao cinema com as amigas, fazer tortas de frutas e ter aulas de
piano, mas agora está focada no mestrado, que iniciará após ter se formado, com
apenas 13 anos, em psicologia, graças a um inovador plano de aprendizagem que
aproveita sua condição de superdotada sem causar traumas.
Dafne Almazán Anaya é superdotada. (Foto: Alex Cruz/EFE). |
Dafne
Almazán Anaya recebeu nesta quinta-feira (3) o diploma e se transformou na
graduada em psicologia mais jovem do mundo, título que tirou por três anos do
seu irmão Andrew. Mas apesar de ser uma menina superdotada, ela gosta de
reforçar que leva uma vida normal.
"Sou
uma menina normal, tenho amigas fora da escola, elas vão para a minha casa e
fazemos coisas, mas também tenho minhas amigas na escola. Vamos ao cinema, ao
shopping e me tratam bem, como uma menina normal", disse Dafne em
entrevista à Agência Efe. Ela conta sempre dizer a suas amigas "que todas
as pessoas têm algum tipo de talento e que algum dia, se ainda não o
encontraram, vão encontrá-lo".
Caçula
de três irmãos, após Delany e Andrew, que também se formaram psicólogos aos 17
e 16 anos respectivamente, Dafne retomou suas aulas de piano, é faixa amarela
de taekwondo e aperfeiçoa seu inglês enquanto aprende chinês e francês.
Seu
pai, Asdrúbal Almazán, médico-cirurgião, disse que Dafne nunca esteve em um
sistema de educação regular.
"Detectamos
aos dois anos e meio que ela aprendeu, sozinha, a ler e escrever, e então
começamos um trabalho de potencialização intelectual que Andrew, seu irmão,
havia fundamentado", contou. Andrew, que agora tem 20 anos, dirige há
vários anos as pesquisas científicas do Centro de Atenção ao Talento (Cedat),
fundado por seus pais, Asdrúbal Almazán e Dunia Anaya, para que outras crianças
não passem pelo que passou. Ele foi diagnosticado com transtorno de déficit de
atenção, e não recebia o tratamento adequado aos seus conhecimentos no sistema
tradicional.
Dafne
confessou à Efe que conseguir o título em psicologia é um grande orgulho para
ela e acrescentou que "para o México é uma oportunidade para outros países
verem que temos avanços acadêmicos".
"As
crianças superdotadas, que são muito competitivas, têm que ter um diagnóstico
correto e a tempo, porque erroneamente costumam ser diagnosticadas com déficit
de atenção, e, se não recebem estímulos adequados, perdem seu potencial",
reiterou.
A
adolescente respondeu positivamente ao sistema criado por seu pai e seu irmão,
e seu caso é considerado excepcional por eles.
"É
dos primeiros casos no mundo que dão resultados; outros países tentaram ter
crianças graduadas na universidade, mas não conseguiram. Com Dafne cuidamos da
parte emocional, 100% com as crianças de sua idade, e ela não foi diretamente
inserida em uma universidade para conviver com adultos", explicou seu pai.
A
menina nem começou o mestrado em educação, com especialização em
ensino-aprendizagem, no Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de
Monterrey (ITESM) na modalidade de aulas à distância, e já pensa em doutorado.
"E,
dependendo da minha idade, outra carreira, porque ainda tenho muito a
aprender", assinalou.
Atenta,
segura e desenvolta, Dafne contou que, além da música clássica, gosta do grupo
Maroon 5.
A
jovem psicóloga é fã de roxo, adora saias e sente especial atração pelos ursinhos
de pelúcia "moles e lindos".
Aos
domingos, junto com sua mãe, faz comidas e doces, embora goste mesmo das tortas
de frutas e do "arroz verde" que algumas vezes ela mesma prepara, com
abacate e iogurte natural.
A
normalidade na vida de Dafne fica evidente quando responde como festejará seu
15º aniversário, e o presente que gostaria de ganhar.
"Sim,
completo em outubro do ano que vem 15 anos e estou muito emocionada; eu
escolheria uma viagem, mas ainda não sei para onde", afirmou, girando a
cabeça em busca da aprovação de seu pai, como faz toda adolescente.
Fonte: E.F.E.
Texto: Juan Manuel Ramírez.
Data: 08/09/2015.
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