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2.9.15

MP aponta fraude e irregularidades no concurso de Ponte Branca; futuro do certame é incerto

Indefinido! Assim permanece, por enquanto, o futuro do concurso público da Prefeitura de Ponte Branca-MT (a 108 km de Alto Araguaia), aberto em 2015 pelo Edital n° 001. O Ministério Público Estadual (MP), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Alto Araguaia, acusa a MGA Concursos - responsável pelo certame - de fraude e prática de irregularidades. Em razão disso, o concurso está suspenso desde aúltima quarta-feira (28/08), por determinação do Executivo de Ponte Branca. O MP, inclusive, já abriu inquérito civil para apurar as denúncias.
(Imagem Ilustrativa).
O promotor responsável pela investigação, João Batista de Oliveira, informou em ofício dirigido à Prefeitura de Ponte Branca, que há suspeita de que a MGA Concursos opere como empresa de fachada. Isso “em razão da empresa Sociedade de Desenvolvimento Vale do Bandeirantes LTDA ou Empresa Brasileira de Concursos Públicos Eirelli – EPP (Concursos Noroeste), de propriedade do senhor Fernando Rossi, ter sido apenada com impedimento de contratar com o poder público até 08/01/2020, conforme publicação no portal de transparência do Governo Federal (http://www.portaldatransparencia.gov.br), sendo que em razão de tais fatos o senhor Fernando Rossi possivelmente teria aberto a empresa MGA concursos em nome de terceiro, sendo informalmente o verdadeiro proprietário da empresa”, conforme trecho contido no documento.

No ofício, o MP também fala em outras “irregularidades referentes ao Concurso Público”, que estão sendo alvo de investigação. O Trabalho em Pauta conseguiu falar com uma assessora do promotor João Batista na tarde de hoje (02), para saber quais são essas “outras irregularidades”. Contudo, a servidora se limitou a dizer que tal informação é sigilosa. 

Ainda de acordo com a promotoria, o inquérito civil deve durar cerca de um ano, para a conclusão das investigações.

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Como a Prefeitura não pode aguardar tanto tempo até a conclusão o inquérito, o Executivo do município seguiu as recomendações do Ministério Público e já abriu um processo administrativo contra a MGA Concursos. Vale dizer que a Administração vai realizar a própria apuração dos fatos. O processo administrativo é independente do inquérito civil aberto pelo MP. São institutos diferentes de investigação.

No procedimento adotado pelo Executivo, foi concedido prazo de 10 dias (a contar de 26 de agosto) para que a empresa apresente uma defesa. Se não for apresentada nenhuma defesa ou se a MGA for condenada ao final do processo administrativo, o contrato - celebrado entre a empresa e a Prefeitura para realização do concurso - será rescindido.

RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O MP aponta no ofício encaminhado à Administração de Ponte Branca, que existem diversas contratações temporárias no funcionalismo público da cidade. Por isso, o Ministério Público considera que há "necessidade urgente de se realizar um concurso público" no município e recomenda ainda:

1) que o Executivo não realize qualquer pagamento à MGA Concursos até o fim da investigação;

2) que seja realizado novo procedimento licitatório, em caráter de urgência, com o fim de contratar uma nova empresa para realizar o concurso público do município, antes mesmo das investigações acabarem, garantindo eventual ressarcimento financeiro futuro à MGA Concursos;

3) no caso da realização de outro concurso, que a Prefeitura garanta aos candidatos já inscritos o direito de escolher entre ter o reembolso do valor pago na inscrição; ou usar tal quantia para quitação da inscrição no novo concurso.

FUTURO DO CONCURSO

De qualquer forma, as recomendações do MP necessitam ser acatadas pelo Executivo de Ponte Branca. Somente a partir das próximas decisões da Prefeitura, é que os candidatos vão saber mais sobre o futuro do concurso.

Por enquanto, o certame está apenas suspenso e, a depender dos desdobramentos, pode até mesmo ser retomado pela MGA Concursos, com a republicação de um novo calendário de provas - se a empresa conseguir se livrar das acusações. No entanto, pelo “andar da carruagem”, tudo indica que as coisas caminham mesmo em direção ao efetivo cancelamento.

Fonte: Trabalho em Pauta.
Texto: Ademilson Lopes.
Data: 02/09/2015.
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