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Estudantes
de diversos cursos da UFG (Universidade Federal de Goiás) tiveram que entrar na
justiça para conseguirem colar grau. Todas as cerimônias foram canceladas
devido à greve dos servidores técnico-administrativos e professores, que já
estão paralisados há três meses e 46 dias, respectivamente. Turmas de
engenharia civil, farmácia, agronomia, veterinária e nutrição foram
prejudicadas.
Após entrarem na Justiça, alunos colam grau na data combinada anteriormente. (Foto: arquivo pessoal). |
O
recém-formado em engenharia civil Lucas Magalhães, 22, explica que os técnicos
entraram em greve no final de maio e a data das colações saiu no início de
junho. "Desde o início perguntamos se a greve afetaria a nossa cerimônia,
mas segundo a UFG, não atrapalharia em nada". A turma de engenharia
alugou, então, espaço para o baile, contratou buffet e também bandas.
"Faltando
apenas três semanas, a UFG soltou uma nota dizendo que as colações estavam
simplesmente canceladas. Percebemos que entrando na Justiça seria a única forma
de colarmos grau na data que tinha sido combinada antes". Segundo o jovem,
os alunos não optaram por levar o problema ao judiciário devido ao diploma e
sim pela cerimônia. "Todas as outras solenidades estavam todas fechadas,
convites feitos, parentes com passagem marcadas".
Guilherme
Dall'Agnol, 23, também estudante de engenharia civil conta que cada formando
estava gastando aproximadamente R$ 10 mil com as solenidades. "Com o
cancelamento da colação, o prejuízo seria enorme", enfatiza. Indignado com
a situação, Guilherme entrou em contato com uma advogada e viu que ela cobraria
R$3 mil da turma para entrar com uma ação contra a universidade.
"Nós
éramos 36 formandos, resolvemos dividir em R$ 100 para cada aluno, quantia para
cobrir tais gastos." Segundo ele, quase todos os formandos aderiram à
"vaquinha", principalmente os alunos que estavam pagando pelo baile.
"Entramos na Justiça no dia 12 de agosto e, diante da tramitação judicial,
no dia 24 de agosto o juiz deu uma liminar favorável para que nossa colação de
grau ocorresse na data combinada anteriormente pela faculdade, no dia 28 de
agosto às 20h."
Os
estudantes também comentaram sobre a frustração e tristeza com que receberam a
notícia do cancelamento da cerimônia. Lucas diz que ficou sem reação e bastante
desapontado, pois já havia entregado todos os convites para amigos e
familiares. "O curso de engenharia na UFG é pesado, entramos com uma
concorrência de mais de 40 por vaga e foram sofridos cinco anos para se formar.
Esperávamos fechar com chave de ouro e passamos por esse transtorno, mas ainda
bem que tudo deu certo e hoje já estamos registrados no CREA (Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia)", diz Guilherme.
A
advogada da turma de engenharia, Vanessa Domingos da Silva, alegou ao Tribunal
Regional Federal Da Primeira Região que somente houve a suspensão das colações
das formaturas no campus de Goiânia, visto que, mesmo durante a greve, em Jataí
e Catalão estão ocorrendo normalmente. "A colação de grau é serviço da
faculdade essencial. O cancelamento gerou grande prejuízo aos estudantes. A
atitude foi arbitrária".
Já no
curso de nutrição, a turma optou por entrar individualmente na justiça para
conseguir uma colação de grau especial, sem a cerimônia, apenas com a entrega
de um certificado. "Até agora, apenas cinco pessoas de uma turma de 17
alunos conseguiram. As que não têm condições financeiras de contratar um
advogado estão esperando acabar a greve", explica Isabela Guimarães dos
Santos, 23.
A jovem
entrou na Justiça e conseguiu a liberação para uma cerimônia simples onde fez
um juramento e recebeu o canudo, sem a beca. "Sem esse termo de colação de
grau não conseguiria me registrar no Conselho Regional de Nutricionistas e
assim, ficaria sem poder exercer a minha profissão".
A
Universidade Federal de Goiás informou que aguarda o fim da greve para
reorganizar novas datas das cerimônias.
Fonte: UOL.
Texto: Jéssica Nascimento.
Data: 16/09/3015.
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