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26.9.14

Com ajuda de curso, araguaiense que estava desempregada e deprimida se torna empreendedora de sucesso

Sandra Santos da Silva Rezende, de 40 anos, enfrentou um quadro de depressão ao se deparar com o desemprego e dificuldades financeiras.

Da assessoria de imprensa do Acessuas Trabalho

Sandra superou a depressão e o desemprego com o curso de manicure e pedicure, da Prefeitura de Alto Araguaia. (Foto: Acessuas Trabalho). 
De desempregada depressiva para dona do próprio negócio e empreendedora bem sucedida em Alto Araguaia. Mudança! Esta é a palavra chave na história de superação da manicure e pedicure Sandra Santos da Silva Rezende, de 40 anos. Para quem a vê e a escuta hoje, nem imagina que ela enfrentou um quadro de depressão ao se deparar com o desemprego e dificuldades financeiras. Atualmente, Sandra é uma pessoa bastante alegre, realizada e comunicativa, segunda ela, graças a Deus e ao sucesso na profissão.

"Eu estava até com depressão por conta do desemprego. Meu filho pedia uma bolacha e eu não tinha para dar. Foi quando eu decidi fazer o curso".

A mulher conta que sua vida começou a mudar quando tomou uma decisão: fez o curso de manicure e pedicure oferecido pela Prefeitura de Alto Araguaia, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, em julho de 2012. A família da então desempregada na época  passava por sérias dificuldades econômicas, pois somente o marido trabalhava para o sustento da esposa e de mais três filhos. 

“Antes de fazer o curso, estava muito entediada, desempregada e como só o meu marido estava trabalhado, as coisas começaram a apertar. Eu estava até com depressão por conta do desemprego. Meu filho pedia uma bolacha e eu não tinha para dar. Foi quando eu decidi fazer o curso”, conta. 

Clique aqui e ouça parte da entrevista.
Conheça também a história de Maria Rita, que mudou de vida com um curso de panificação do Senar.

Local onde Sandra atende seus clientes. O requinte é resultado
do esforço e dedicação.  (Foto: arquivo pessoal).
Agora, com a crise superada, a profissional liberal aluga um pequeno prédio comercial, local onde há sete meses atende às suas clientes. O espaço chama a atenção pela higiene e decoração. Cadeiras de espera cor-de-rosa, cadeira giratória e apoio de pés e mãos para as freguesas; cadeira profissional de manicure e até uma mesa de escritório onde a empreendedora negocia com a clientela, criam uma composição requintada e feminina do ambiente. 

As paredes também são pintadas de rosa e em uma delas estão afixados dois certificados de capacitação, inclusive, o diploma do curso que mudou a vida de Sandra. Sobre a mesa de escritório da manicure, estão dispostos outros dois certificados de formação na área de beleza, prova de que ela continua apostando no aprimoramento da profissão.

Alguns certificados da manicure. Ela continua se 
aperfeiçoando. (Foto: Acessuas Trabalho).
“Eu me apaixonei pela área. Eu procuro me aperfeiçoar a cada dia mais e todos os cursos que eu tenho condição de ir eu vou. Faço para trazer novidades às clientes. Eu também incentivo meus filhos a fazerem os cursos. O meu de 12 anos já fez iniciação ao mundo do trabalho industrial e recentemente terminou o informática teen. Tenho outro de 15 anos que cursou informática básica e informática avançada e vai fazer mais. O outro de 18 anos faz técnico de segurança do trabalho, mas já tinha feito uns cinco cursos do Senai e é menor aprendiz no setor de tributos da Prefeitura” declara empolgada.

Profissionalismo: luvas, avental, jaleco, máscaras e muito mais

É impressionante o profissionalismo empregado pela manicure no trabalho que aparentemente é bem simples - mas só à primeira vista. Sandra usa luvas, avental e quando vai lixar ou cortar as unhas das clientes, coloca até máscara respiratória. Além do mais, uma lixadeira elétrica e um spray para as unhas dão ao serviço uma aparência ainda mais sofisticada. Conforme relata, é o profissionalismo que aprendeu no curso sendo colocado em prática.

“Procuro fazer tudo direito. Uso álcool 70%, o jalequinho branco, coloco luvinhas descartáveis nos pés e nas mãos das clientes e uso materiais esterilizados. Para cortar a unha do cliente eu uso máscara, para lixar também, principalmente o pé. Eu aprendi isso no curso. Então, eu acostumei”, explica.
A profissional segue as recomendações técnicas de saúde e higiene que aprendeu no curso. 
(Foto: Acessuas Trabalho). 
De beneficiária do Bolsa Família a empreendedora

Antes de fazer a capacitação de manicure, Sandra contou com a ajuda do programa Bolsa Família durante nove anos, na luta contra as dificuldades financeiras. Por meio do benefício, ajudava nas despesas da família. Porém, não era o suficiente e por isso aconselha os usuários do programa a não se contentarem somente com a quantia recebida.

Assim que concluiu o curso, colocou uma placa informando que prestava serviços de manicure e pedicure na própria casa e que também atendia à domicílio. Dali em diante, as clientes apareceram, a renda aumentou e Sandra parou de receber o Bolsa Família. “Eu já não estava precisando mais do Bolsa Família. Já haviam outras pessoas que precisavam mais, porque eu fazia unhas em casa e tinha o meu dinheirinho todo dia”, disse.

A história empreendedora de Sandra começou com seis vidros de esmalte e uma pequena bolsa com os instrumentos básicos. Ela batia de porta em porta e apresentava o serviço, conquistando uma embrionária clientela. Ainda durante esse tempo, a manicure conseguiu empregos em alguns salões de beleza, mas a grande realização veio há sete meses. Incentivada por uma amiga, abriu o próprio empreendimento. 

Hoje, possui clientes fixas e atende principalmente por agendamento via telefone, de terça-feira a sábado. Nos dias de mais movimento recebe até oito freguesas. Com os ganhos, garante a sua futura aposentadoria pagando a contribuição de autônoma ao INSS, já abriu uma conta poupança, também paga o aluguel e ainda ajuda com as despesas de casa.

“Não falta fruta, nem verduras na minha casa. Eu pago minhas continhas e ajudo muito o meu marido. O dinheirinho aqui é abençoado”, diz ela orgulhosa. Como o número de atendimentos aumentou muito, ela pretende contratar uma funcionária.

Sandra começou com seis vidros de esmalte, mas hoje ela nem sabe mais precisar o número de frascos do produto que possui. (Foto: Acessuas Trabalho). 
Antes do curso, não sabia fazer nem mesmo uma cutícula!

O mais inusitado na história de Sandra é que antes de fazer o curso de manicure e pedicure, mal sabia fazer as suas próprias unhas. Nem tinha vontade de aprender. Foi através da capacitação profissional que descobriu o potencial e se lançou com sucesso no mercado de trabalho. Nos primeiros dias da qualificação, apresentava muita dificuldade para assimilar o conteúdo. Porém, com o apoio da instrutora superou os limites e se tornou uma empreendedora de sucesso.

“Eu nunca tinha tido vontade, antes sempre havia trabalhado de vendedora, mas ouvi o anúncio do curso e diante da situação difícil decidi fazê-lo. Não sabia fazer uma cutícula. No início das aulas, até minhas colegas riam de mim e eu chorava porque não conseguia fazer uma ‘francesinha’. Tremia muito. No começo pensei que não ia dar conta e a professora falava que eu seria uma ótima manicure. Mas corri atrás. Levei a sério, acabei gostando e me apaixonei por aquilo”, confirma.

Página no Facebook

Cliente que fez a unha com a 
manicure. Após o serviço, 
Sandra postou a foto no 
facebook. (Foto: Facebook). 
Além de ser uma profissional realizada, Sandra possui visão atenta às novas ferramentas de comunicação. Mantém uma página do negócio no Facebook para divulgar o seu trabalho. Assim que termina de fazer a unha de uma cliente, tira logo uma foto e posta na rede social. Com isso, publica as tendências da área, os novos modelos, as novas cores e cativa mais freguesas.

Convite do Acessuas Trabalho

Convidada pela coordenação do Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas Trabalho), Sandra aceitou participar de palestras promovidas pelo projeto. O objetivo é mostrar o exemplo da manicure para outras pessoas que enfrentam praticamente as mesmas dificuldades que ela conseguiu superar.

Chances de qualificação profissional é o que não tem faltado em Alto Araguaia. Parcerias foram firmadas para o oferecimento de cursos ao longo do ano junto ao Senai, Senac e Senar, oportunizando a realização de cursos gratuitos e apoio na busca de microcrédito.
Hoje, depois da superação das dificuldades, a manicure se declara uma pessoa 
realizada e feliz. (Foto: arquivo pessoal).


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