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Unknown
Acessuas Trabalho
06/02/2015
Descontrole: inconstância nas reações indica falta de inteligência emocional. (Foto: Thinkstock/yuriyzhuravov). |
O que significa ser inteligente?
Não é ter um QI alto, na visão do psicólogo Roberto Santos.
“Aqueles ‘cabeções’ como o personagem Sheldon do seriado ‘The Big Bang Theory’
começam a perder espaço nas empresas, sobretudo em posições de chefia”, diz o
sócio-diretor da Ateliê RH.
É que mesmo as pessoas com impressionantes aptidões
técnicas e intelectuais podem ser muito desfavorecidas quando o assunto é
inteligência emocional.
Santos explica que, a partir dos anos 1990, profissionais
capazes de perceber, influenciar e compartilhar emoções começaram a ser
cobiçados no mercado de trabalho.
Com habilidades sutis, ligadas à observação e à gestão de
seu próprio comportamento, pessoas com um alto quociente emocional (QE) se
diferenciam das outras.
"São aqueles colegas e chefes que raramente vemos de
mau humor. Percebem facilmente o que os outros estão sentindo e mantêm a calma
em situações de estresse”, afirma Santos. “Quem não gosta de conviver com gente
assim?”
O problema, segundo Carlos Aldan, CEO do Grupo Kronberg, é
que a inteligência emocional anda escassa na maioria dos ambientes de trabalho.
"Há duas razões principais para isso: o uso intenso de
tecnologias e o excesso de atividades, que nos deixam cada vez mais isolados,
sobrecarregados e desconectados das outras pessoas", diz Aldan.
Veja a seguir algumas posturas características de quem não
tem inteligência emocional no trabalho, segundo os especialistas ouvidos por
EXAME.com:
1. Não reconhecem
suas fraquezas
De acordo com Santos, a onda das “selfies” não é sem razão:
os egocêntricos estão à solta. O problema é que a autoconfiança excessiva
muitas vezes não é proporcional à competência do vaidoso. “Falta a essas
pessoas autoconhecimento, a capacidade de reconhecer suas vulnerabilidades, e
não apenas as suas forças”, afirma.
O profissional que age o tempo todo como “campeão” tem uma
percepção muito pobre de si mesmo - e da sua relação com o ambiente. “Ele não
sabe a impressão que está causando nos outros, desconhece a hora de falar e de
ficar calado”, diz.
2. Desconfiam das
suas próprias emoções
Aldan explica que muitos profissionais tentam racionalizar
- e, com isso, negar - suas próprias emoções. "Infelizmente essa é a
tônica do mundo corporativo, a de que resultados dependem apenas da
razão", afirma.
O preço que se paga por isso é alto. "Se você se
desconecta do que está sentindo, é justamente aí que o emocional vai determinar
o seu comportamento, inconscientemente", diz ele.
3. Não enxergam o
outro
Profissionais pouco inteligentes sob o ângulo emocional
costumam ter dificuldades para “ler” as outras pessoas. “Falta a eles
sensibilidade para perceber as intenções alheias, as dicas verbais e
não-verbais do que os outros estão sentindo”, afirma Santos.
O problema de não enxergar colegas e chefes é que se perde
a oportunidade de aprender com eles. “Se ficamos concentrados demais em nós
mesmos, seja por excesso de autoconfiança ou de autocrítica, é difícil se
conectar com o outro, reconhecer suas contribuições”, diz.
4. Não sabem o
que querem
Quem tem pouca inteligência emocional costuma ser refém da
opinião alheia, segundo Aldan. "São profissionais sem iniciativa própria,
que seguem a direção da maioria", diz ele.
O problema é que falta autoconhecimento. "Quem não se
conhece bem não tem metas nem visão de futuro, e acaba ficando à mercê das
circunstâncias. Infelizmente, esse é o caso da maioria das pessoas hoje",
diz o CEO da Kronberg.
5. São
inconstantes
O controle das emoções é uma competência emocional que faz
muita falta em ambientes corporativos. “Um dia a pessoa está ótima, alegre,
contando piadas. No outro, reage de forma destemperada e se enfurece pelos
menores motivos”, afirma Santos.
O profissional emocionalmente competente, ao contrário,
consegue inspirar confiança e trazer paz para o ambiente de trabalho. “É alguém
de quem os colegas gostam de ter por perto, que influencia positivamente o
ambiente”, diz o psicólogo.
Fonte: Claudia Gasparini, de EXAME.com.
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