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16.9.15

Empresa contratada para realizar o concurso de Ponte Branca nega prática de fraude e irregularidades

A MGA Concursos, contratada para realizar o concurso lançado pelo Edital n° 001/2015, da Prefeitura de Ponte Branca-MT, se defendeu das acusações de fraude e irregularidades, denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE). Em defesa apresentada no processo administrativo instaurado pelo Executivo da cidade, a empresa diz que não existem provas suficientes que sustentem as denúncias e que justificam o cancelamento do concurso.

Além do processo administrativo, a MGA também está sendo investigada em um inquérito civil instaurado pelo MPE, através da Promotoria de Justiça de Alto Araguaia-MT. Consequentemente, o concurso está suspenso desde o dia 26 de agosto.

Antes de tudo, é preciso que o leitor entenda que o processo administrativo se baseia no inquérito, o que faz com que as denúncias sejam as mesmas em ambos os procedimentos investigatórios.

A promotoria de Alto Araguaia acusa a empresa de ser investigada na cidade de Maringá-PR, pelo Ministério Público daquele estado, na prática de ilícitos fiscais e fraude.

Em sua defesa, apresentada no processo administrativo movido pela Prefeitura de Ponte Branca - tecnicamente chamada de “defesa preliminar” – a MGA nega qualquer investigação em andamento contra a empresa, pois segundo argumenta, as investigações no Paraná já teriam sido arquivadas, sem a comprovação de nenhuma ilegalidade.

“[...] Tais notícias de fato, fruto de denuncialismo vazio de concorrentes arquivadas sem sequer sermos convidados a prestar esclarecimentos, não podem jamais ter os fatos lá denunciados ser presumidademente considerados verdadeiros e fundamentar a rescisão de um contrato administrativo que vem sendo cumprido à risca [...] Não possuímos nenhuma ação envolvendo fraudes em concursos ou licitações em nenhum tribunal do Brasil, fazendo prova em nosso favor, as certidões negativas criminais e cíveis da empresa, e dos sócios [...]” é o que diz um trecho da defesa.

O MPE-MT também acusa a MGA Concursos de agir como empresa de fachada, em razão da “Sociedade de Desenvolvimento Vale do Bandeirantes LTDA ou Empresa Brasileira de Concursos Públicos Eirelli – EPP (Concursos Noroeste), de propriedade do senhor Fernando Rossi, ter sido apenada com impedimento de contratar com o poder público até 08/01/2020, conforme publicação no portal de transparência do Governo Federal, sendo que em razão de tais fatos o senhor Fernando Rossi possivelmente teria aberto a empresa MGA concursos em nome de terceiro, sendo informalmente o verdadeiro proprietário da empresa”, conforme argumenta a promotoria.   

O Ministério Público acredita que a MGA Concursos faz parte de um suposto grupo econômico que atua na realização de concursos públicos, tendo como dono, de fato, a mesma pessoa, mas que se utiliza de “proprietários laranjas” para poder contratar com o Poder Público.

Por seu turno, a MGA nega participação em qualquer conglomerado. De acordo com a defesa, a simples proximidade geográfica entre as empresas do suposto “grupo”, não prova que elas são do mesmo dono. “Em um raio de poucos quilômetros existem diversas empresas para realização de concursos públicos”, se defende a MGA.

A MGA também rebate a recomendação que o MPE faz à Prefeitura de Ponte Branca. O Ministério Público aconselhou que o Executivo do município contrate outra empresa para reiniciar o concurso público. Porém, conforme a MGA Concursos, não existe previsão legal que autorize essa medida.

“Não existe previsão na lei [...] que permita iniciar procedimento para contratação de um serviço que está sendo prestado por empresa com contrato legítimo, legal e que está sendo fielmente cumprido. [...] entendemos ser uma nova jurídica do mesmo (promotor de justiça”, aduz em sua defesa.

Finalmente, a MGA requer uma indenização de R$ 13.500, caso o município de Ponte Branca resolva rescindir o contrato com a empresa.

A responsável pelo concurso também se defendeu das acusações feitas por alguns candidatos, que disseram existir irregularidades no Edital de abertura do certame. (Clique aqui e baixe a defesa na íntegra).

O processo administrativo segue agora para a fase de coleta de provas (instrução processual). Enquanto isso, o concurso permanece suspenso.

(Foto Ilustrativa).
Fonte: Trabalho em Pauta.
Texto: Ademilson Lopes.
Data: 16/09/3015.
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