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Acessuas Trabalho
06/03/2015
Além das tradicionais funções de um combatente, a carreira militar também oferece oportunidade para aqueles que não farão parte da linha de frente. (Foto: Exército Brasileiro). |
Quem curte filmes de
guerra e nunca se imaginou personagem de um grande combate histórico? Se você
já se viu lutando para defender seu país, arriscando a vida em campos de
batalha, escondendo-se em trincheiras e seguindo decisões hierárquicas, talvez
se interesse pela vida e pelo trabalho de um oficial do Exército. É claro que
seu trabalho não é exatamente aquilo que vemos nas telonas, até porque a
maioria dos filmes com guerras homéricas e bombardeios é norte-americana, mas
entre as funções dos combatentes do Exército Brasileiro estão sim a defesa e a
proteção das fronteiras territoriais do país e também a atuação em ofensivas
militares.
A dúvida de hoje foi
enviada pelo Fábio Kühl, que pretende se tornar um oficial militar a partir do
curso superior da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e da
Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Ele gostaria de saber melhor o que
faz um combatente do Exército Brasileiro depois de formado.
“Bom dia, meu nome é
Fábio Kühl, tenho 16 anos e pretendo prestar concurso para a EsPCEx, minha
dúvida é referente ao que irei exercer
após os 5 anos de faculdade (1 ano na EsPCEx + 4 anos na Academia
Militar das Agulhas Negras – Aman), gostaria de saber como é a vida de um oficial
do exército na atuação na Organização militar/quartel, o que ele faz? Exerce
cargo administrativo? Coordena algo? Desde já gostaria de agradecer!”
Além das tradicionais
funções de um combatente, a carreira militar também oferece oportunidade para
aqueles que não farão parte da linha de frente, composta pelas Armas-Base
(Infantaria e Cavalaria). A pessoa poderá optar, por exemplo, por ingressar nas
Armas de Apoio ao Combate (Artilharia, Engenharia e Comunicações), que
desenvolvem estratégias de ataque e defesa através do auxílio de armamento
bélico e sistemas de controle, ou atuar fora do campo de batalha, seja
realizando serviços administrativos, manutenção de equipamentos ou produzindo
tecnologia para a corporação. Há ainda o trabalho na área da saúde, que envolve
médicos, dentistas e farmacêuticos.
Através do curso superior
da EsPCEx são formados os oficiais de comando do Exército Brasileiro. Eles
serão os profissionais responsáveis por coordenar a força bélica – e humana –
do país. A escola, localizada em Campinas (SP), oferece duas modalidades de
curso: técnico-profissionalizante e universitário e tem ingresso através de
concurso público. Além de passar por um ano de estudos na instituição e
tornar-se cadete, quem optar por seguir a carreira militar deve complementar
sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), por mais
quatro anos. Para solucionar as dúvidas do Fábio, o Guia do Estudante conversou
com o major Alexandre Freitas da Silva, chefe de Comunicação Social da EsPCEx.
Ele esclareceu quais são as possíveis áreas de trabalho dentro da carreira
militar e conta que, a partir do ano que vem, as mulheres poderão fazer parte
de novos quadros da força de combate terrestre.
Alexandre destaca que as
avaliações de uma escola militar são rigorosas e abrangem os campos
intelectual, psicológico, físico, moral, disciplinar e de aptidão específica
para a carreira. Ele ainda lembra que as atividades do ensino militar se
diferem bastante das tarefas comuns de um curso superior, até porque, a maior
parte das escolas de formação militar funciona como um internato. “Nós temos
uma programação muito exigente que começa, diariamente, às 6 horas da manhã com
a alvorada e termina às 22 horas com o toque de silêncio”. Formaturas, aulas,
reuniões, manobras, exercícios físicos e inspeções são algumas das atribulações
do dia-a-dia do futuro cadete. “Não se trata, apenas, de uma situação
acadêmica, em que, terminada a aula, ou mesmo antes, o aluno retira-se para sua
casa ou para onde lhe aprouver. Durante todo dia, estão presentes os encargos e
deveres, as condições de disciplina e a exposição aos riscos do treinamento
militar, em qualquer nível”, completa o major.
Confira seu depoimento!
Major Alexandre Freitas
da Silva, chefe de Comunicação Social da EsPCEx:
“Oi, Fábio! O Oficial
Combatente do Exército Brasileiro ou da linha de Ensino Superior Militar Bélico
tem como principal finalidade compor a Força de Combate Terrestre nas suas diversas
especialidades: Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações,
Quadro de Material Bélico e Serviço de Intendência.
O concurso para a Escola
Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) é de âmbito nacional e corresponde
ao primeiro ano do ensino superior militar. Nesta escola o aluno possui
basicamente duas linhas de ensino: o ensino técnico-profissional militar, que o
habilita nas instruções militares e o ensino universitário com matérias tanto
da área das ciências exatas como das ciências humanas, essenciais para o
desenvolvimento da capacidade de raciocínio lógico, além de aperfeiçoar a
habilidade de tomada rápida de decisões.
O futuro oficial do
Exército desempenhará atividades essencialmente de Comando, sempre entendendo
que ao exercício eficaz do Comando cabe a perfeita execução, ou seja, antes de
Comandar homens para a defesa da nossa pátria, se torna necessária a obediência
castrense, manifestada na disciplina intelectual e no domínio da prática. Cabe
ainda ressaltar que a formação do Oficial Combatente do Exército se dá em três
dimensões: a dimensão afetiva, a cognitiva e a psicomotora. Na dimensão
afetiva, o futuro oficial é ensinado, cobrado e testado nos valores morais e
desenvolvido nas virtudes militares essenciais ao Comando. Na dimensão
cognitiva, agregam-se todos os saberes, ou seja, o conhecimento necessário às
atividades que desempenhará o futuro oficial. Já na dimensão psicomotora
percebe-se a preocupação de que o oficial, antes de ser um comandante, deve ser
um perfeito executor das atividades sobre as quais terá a responsabilidade de
delegar aos seus futuros subordinados.
Após um ano na EsPCEx, o
aluno segue para a Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN), onde permanecerá por mais 4 anos, agora não mais como
aluno, mas como Cadete de Caxias, título de nobreza herdado do patrono do
Exército Brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, mais conhecido como Duque de
Caxias, “O Pacificador”. No segundo ano da AMAN, o cadete tem a oportunidade de
escolher uma área de trabalho que o acompanhará para o resto de sua carreira:
Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações, Quadro de Material
Bélico e Serviço de Intendência.
As Armas dividem-se em
dois grupos: as Armas-Base (Infantaria e Cavalaria) e as Armas de Apoio ao
Combate (Artilharia, Engenharia e Comunicações). A Infantaria define o
combatente a pé, aquele que pode deslocar-se por qualquer tipo de região e que
conquista, ocupa e mantém o terreno, em operações ofensivas e defensivas; pela
variedade de missões o infante também tem suas especializações, tais como: de
selva, blindado, de montanha, paraquedista, Polícia do Exército e muitas
outras, que estão ilustradas no site do Exército. A Cavalaria reconhece,
proporciona segurança às demais formações em combate e combate por seus
próprios meios; seja blindada ou mecanizada mantém nos seus atuais veículos as
capacidades das tradicionais formações hipomóveis (a cavalo).
As Armas de apoio
complementam a missão das armas-base, quer pelo apoio de fogo de seus obuses,
canhões, foguetes e mísseis (Artilharias de Campanha e Antiaérea – EsACosAAe;
pela mobilidade e contramobilidade (Engenharia) e pela instalação e manutenção
dos sistemas de C2 (Comando e Controle) e de Guerra Eletrônica – CCOMGEx/DF
(Comunicações). Os oficiais e sargentos de carreira, das diferentes Armas, são
oriundos da Academia Militar das Agulhas Negras – AMAN (Resende/RJ) e da Escola
de Sargentos das Armas – EsSA (Três Corações/MG), respectivamente.
Os quadros principais, na
atualidade, são: o Quadro de Engenheiros Militares (QEM), com seus integrantes
formados ou profissionalizados pelo tradicional Instituto Militar de Engenharia
– IME; o QEM tem a seu encargo a maior parte do trabalho técnico de engenharia
não-combatente como a área de C&T (Ciência e Tecnologia), bem como a
produção do material bélico, nas fábricas e arsenais. O Quadro de Material
Bélico (QMB), também formado na AMAN, trata das atividades gerais de manutenção
dos equipamentos bélicos da Força, incluindo suas viaturas. Por fim, o mais
recente Quadro Complementar de Oficiais (QCO), que permitiu aos possuidores de
um diploma de nível superior, nas áreas gerais da administração (Administração,
Direito, Informática, Letras, Comunicação Social, dentre outras), o ingresso
como oficial de carreira, por intermédio da Escola de Formação Complementar do
Exército (Salvador/BA).
Os Serviços de
Intendência e de Saúde (médicos, dentistas e farmacêuticos) trabalham na paz e
na guerra para a manutenção do homem, pelo atendimento às suas necessidades de
sustento e sanitárias. Os oficiais de Intendência são mestres no suprimento e
nas finanças, também oriundos da AMAN. Os oficiais da área de saúde, após sua
graduação em uma instituição de ensino superior, ingressam no Exército por
intermédio da Escola de Saúde do Exército – EsSEx. As mulheres no Exército,
atualmente, podem ingressar, como militares de carreira ou temporárias, no QEM,
no QCO e no Serviço de Saúde, em igualdade de condições com os homens e
concorrendo às mesmas promoções. A partir de 2016, as inscrições para a EsPCEx
estarão abertas também para mulheres, que deverão incorporar às fileiras do
Exército em 2017.”
Fonte: Guia do Estudante.
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